Ansiedade!
Ansiedade: entendendo quando ela paralisa e quando pode impulsionar

A ansiedade é uma experiência humana comum. Em certos momentos, ela pode nos mobilizar, ampliar o foco e nos impulsionar à ação. Em outros, pode se tornar intensa, desgastante e paralisante, interferindo no sono, na concentração, nas relações e na qualidade de vida.
Por isso, mais do que rotular a ansiedade como “boa” ou “ruim”, é importante compreender como ela se manifesta, o que comunica e como cada pessoa lida com esse estado interno.
Quando a ansiedade se torna sofrimento
A ansiedade passa a ser um problema quando consome energia emocional, gera sensação constante de ameaça, angústia, tensão corporal e dificuldade de direcionar ações. Nessas situações, a pessoa pode sentir-se travada, impotente, sem clareza sobre o que fazer com tudo o que sente.
Não raro, esse estado leva a tentativas de alívio imediato, como o uso excessivo de medicamentos, substâncias lícitas ou ilícitas, ou comportamentos compulsivos. Não por escolha consciente, mas pela dificuldade de sustentar e elaborar a experiência ansiosa naquele momento.
Uma boa metáfora é a de uma panela de pressão sem válvula de escape: há energia acumulada, emoções intensas e nenhuma via clara de expressão ou direcionamento. A angústia surge justamente dessa impossibilidade de organizar o que se sente.
A ansiedade como sinal e energia de movimento
Em outros contextos, a ansiedade pode ser vivida como energia de mobilização. Ela direciona o foco, estimula a ação, favorece a produtividade e a realização de tarefas que fazem sentido para a pessoa. Nesses casos, existe maior contato consigo mesmo e com o que gera satisfação, prazer ou propósito.
Essa forma de viver a ansiedade está ligada ao autoconhecimento: reconhecer limites, desejos, necessidades e prioridades. É como conhecer o interior da própria panela de pressão — saber o que está ali dentro, o que pode sair, quando e de que forma.
Esse processo não acontece de forma automática. Ele se constrói com tempo, reflexão e, muitas vezes, com acompanhamento psicológico.
Reconhecer a ansiedade é o primeiro passo
Identificar como a ansiedade aparece em sua vida já é um movimento importante. Reconhecer não significa fraqueza, mas responsabilidade consigo mesmo. Em alguns momentos, será possível lidar sozinho; em outros, pedir ajuda será fundamental para compreender o que está sendo vivido antes que o sofrimento se intensifique.
A psicoterapia oferece um espaço seguro para olhar para essa “panela interna”, organizar conteúdos, dar sentido às experiências e construir formas mais saudáveis de lidar com a ansiedade no dia a dia.
Carol Cruz
Psicóloga Clínica
Atendimento psicológico para adultos



